Utilização de tela de Poliuretano Termoplástico(PTU) confeccionado em Impressora 3D em enucleação de cão - Relato de caso

  • Autor
  • Natanielen Ferreira Parente
  • Co-autores
  • Adison Rodrigues Graciliano , Amanda Gomes Tabosa , Francisca Andreza de Sousa Brandão , Gabriela Pinto Mesquita , Maria Carolina Medeiros Bezerra , Maria Janeila Carvalho Soares , Thiago Jhonatha Fernandes Silva , Valcledes Nascimento do Oriente , Robson dos Anjos Honorato
  • Resumo
  • Enucleação é o termo que se refere a retirada cirúrgica do globo ocular. Tal medida é adotada quando outras terapêuticas medicamentosas e cirúrgicas não conseguem restaurar a viabilidade ocular, tais como traumas que acarretem em laceração irreversível da musculatura ocular e/ou do nervo óptico, úlceras de córnea irreversíveis, glaucomas em estágio avançado, infecções oculares, entre outras. Apesar de existirem técnicas cirúrgicas que visem manter a estética facial, é comum se observar pacientes que tiveram alterações de cunho anatômico após a cirurgia, como, por exemplo, o afundamento da região da órbita. Levando em consideração que muitos pacientes sofrem com esses problemas e que isto pode acarretar, inclusive, em rejeição por parte dos tutores, objetivou-se desenvolver um implante que suprisse essa necessidade. Aliado a isso, sabendo que o processo de manufatura aditiva (3D) vem revolucionando e trazendo novas possibilidades a área médica, sendo possível, por meio do uso dessa tecnologia, produzir materiais sob medida (tamanho, formato e espessura), que possam reparar e evitar complicações pós cirúrgicas, optou-se pelo desenvolvimento e confecção de um implante que pudesse ser utilizado em cirurgias de enucleação em cães. Um dos materiais que vem ganhando bastante destaque nesse âmbito é o Poliuretano Termoplástico (TPU), já utilizado em humanos. Em cães, o uso desse biomaterial ainda é pouco explorado, mas pode ser uma possibilidade viável para reparação de danos teciduais, caso não haja resposta inflamatória excessiva. Utilizando o filamento de TPU, foi confeccionada uma malha para implante na região facial de um cão que precisou ser submetido a enucleação por meio da técnica transpalpebral, por consequência de lesão ocular advinda de trauma por mordedura de um cão maior. Para realização da cirurgia, a medicação pré-anestésica administrada foi a dexmedetomidina (5 ug/kg), quetamina (1 mg/kg) e metadona (0,4 mg/kg). Na indução anestésica foram administrados midazolam (0,3 mg/kg/IM), propofol (3mg/kg/EV) e manutenção anestésica com isoflurano em circuito semi-aberto. O procedimento baseou-se na remoção do olho afetado e seus anexos, com consequente implante da tela de TPU, a qual foi fixada na cavidade orbital mediante sutura isolada simples com fio mononylon 3-0, seguida de sutura em zigue-zague com poliglactina 910 3-0 e dermorrafia mediante Wolf com mononylon 3-0. Durante o pós- cirúrgico, foram administrados analgésicos (Dipirona 25 mg/kg / SC/ BID; tramadol 3 mg/kg / SC/ BID), antiflamatório (Meloxican 0,1 mg/kg / SC; SID) e antibiótico (Cefalexina 30 mg/kg / IV/ BID). O paciente foi monitorado quanto a resposta inflamatória e cicatrização da área durante 15 dias, não sendo observadas alterações dignas de nota, além de se observar total ausência de qualquer alteração estética na superficial facial, demonstrando que o material em questão é um potencial avanço para o mercado da medicina veterinária no âmbito das cirurgias reconstrutivas, se mostrando seguro, de fácil aquisição e biologicamente compatível.

  • Palavras-chave
  • Cirurgia reconstrutiva, Manufatura aditiva, Oftalmologia.
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